quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Nasu: Summer in Andalucia - Todos gostam de bicicletas


            Aproveitando que os jogos olímpicos se iniciaram, me veio a ideia de apenas postar análises sobre animes de esportes nesse período. Sendo assim, começo hoje analisando Nasu: El verano de Andalucía. Boa leitura.

Ai a pessoa não sabe sobre o que esse anime fala.



            Nasu é um mangá de Kuroda Iou (o dono da foto mais ridícula de todo o MAL) que apresenta várias histórias curtas, tendo como destaque (e provavelmente a única que é conhecida do mangá) a aventura de Pepe Benengeli, um ciclista espanhol na corrida de Andalucía, sua cidade natal. Nasu foi lançado entre 2001 e 2002 na revista Afternoon, obtendo 24 capítulos posteriormente compilados em três volumes. Porém a única história animada de Nasu foi Summer in Andalucia, primeiro com um filme homônimo produzido pela MadHouse e dirigido por Kousaka Kitarou em 2003 e depois com um OVA (produção idêntica) em 2007, desta vez com um corrida em terras japonesas.
            Mas o objetivo é analisar o filme. Pepe Benengeli é um famoso ciclista nascido no pequeno povoado de Andalucía que compete pela equipe Pao Pao (nome de uma cerveja fictícia) em uma prova ibérica semelhante ao Tour de France (considerada a maior competição de ciclismo existente). O filme mostra Pepe disputando uma corrida em sua cidade natal, mostrando alguns flashbacks da sua juventude com seu irmão - que acaba de se casar – e a torcida de todos do povoado por ele. Após ofegantes horas de corrida e muita estratégia entre as equipes, Pepe se consagra o vencedor da corrida, derrotando seus outros dois rivais por (é claro, isso é um anime de esporte) uma mínima distância.

Nada melhor que ser ciclista.



Desenvolvimento e conclusão

            Uma coisa que me irrita em animes de esporte é a forma com que exageram no desenvolvimento de uma partida. Era ridículo ver os jogadores de Captain Tsubasa, correndo na velocidade da luz e colocando curvas em ziguezague na bola, assim como é idiota demais ver o Midorima acertando arremessos do meio da quadra em Kuroko na Basket. E é este o ponto essencial de Summer in Andalucia: a corrida é sem exageros, mostrada da exata forma que ocorre e focando muito mais no jogo de equipe que no rendimento individual do atleta/personagem. A produção é minuciosa para mostrar o desenvolvimento de uma corrida e nas situações problemas que os ciclistas enfrentam, como problemas com água (detalhe na reposição do estoque de água, que é uma cena muito bem feita), problemas com quebra de bicicletas e até mesmo com acidentes (e não pegam leve com a brutalidade dos acidentes).



             A animação é bem legal, movimenta muito bem as cenas das pedaladas e as expressões faciais dos personagens, mostrando também um cenário desértico muito bem colocado no espaço. O problema é que é só isso. Nasu não apresenta mais nada quanto a roteiro, personagens e conflitos internos. Por sinal, as cenas que deveriam valorizar as características dos personagens são ruins, difíceis de serem entendidas e sem nenhuma revelação verdadeira sobre o passado da história. Tudo é focado na corrida. Mas por isso o anime falha? Não. Nem um pouco. Gosto muito mais de uma obra de esportes assim que uma que busca ser mais completa, envolver mais personagens e um roteiro elaborado. Quanto mais complexo algo que use esportes como tema for, maior as chances de fracassar. Summer in Andalucia é simples, apenas quer narrar as aventuras de um ciclista praticando seu esporte. E alcança seu objetivo muito bem, sendo realista e valorizando as características do esporte, sem perder emoção.


Sobre o esporte

           Nas Olimpíadas o ciclismo é dividido em quatro grupos:  BMX, Mountain Bike, Pista e Estrada. Em Nasu, eles competem na categoria estrada. Confiram os dois vídeos abaixo, um sobre Ciclismo de Estrada nas Olimpíadas e outro sobre o Tour de France:



Muita gente critica animes de esporte por exagerarem nos encerramentos das partidas, mas repare que nessa corrida 6 (!!!) dos ciclistas terminam a prova com o mesmo tempo. Surreal.




Coisa linda essa Tour de France. Um espetáculo.

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