Aproveitando
que os jogos olímpicos se iniciaram, me veio a ideia de apenas postar análises
sobre animes de esportes nesse período. Sendo assim, começo hoje analisando
Nasu: El verano de Andalucía. Boa leitura.
Ai a pessoa não sabe sobre o que esse anime fala. |
Nasu é um
mangá de Kuroda Iou (o dono da foto mais ridícula de todo o MAL) que apresenta
várias histórias curtas, tendo como destaque (e provavelmente a única que é
conhecida do mangá) a aventura de Pepe Benengeli, um ciclista espanhol na
corrida de Andalucía, sua cidade natal. Nasu foi lançado entre 2001 e 2002 na
revista Afternoon, obtendo 24 capítulos posteriormente compilados em três volumes.
Porém a única história animada de Nasu foi Summer in Andalucia, primeiro com um
filme homônimo produzido pela MadHouse e dirigido por Kousaka Kitarou em 2003 e
depois com um OVA (produção idêntica) em 2007, desta vez com um corrida em
terras japonesas.
Mas o
objetivo é analisar o filme. Pepe Benengeli é um famoso ciclista nascido no
pequeno povoado de Andalucía que compete pela equipe Pao Pao (nome de uma cerveja
fictícia) em uma prova ibérica semelhante ao Tour de France (considerada a maior competição de ciclismo
existente). O filme mostra Pepe disputando uma corrida em sua cidade natal,
mostrando alguns flashbacks da sua juventude com seu irmão - que acaba de se
casar – e a torcida de todos do povoado por ele. Após ofegantes horas de
corrida e muita estratégia entre as equipes, Pepe se consagra o vencedor da
corrida, derrotando seus outros dois rivais por (é claro, isso é um anime de
esporte) uma mínima distância.
Nada melhor que ser ciclista. |
Desenvolvimento e conclusão
Uma coisa
que me irrita em animes de esporte é a forma com que exageram no
desenvolvimento de uma partida. Era ridículo ver os jogadores de Captain
Tsubasa, correndo na velocidade da luz e colocando curvas em ziguezague na
bola, assim como é idiota demais ver o Midorima acertando arremessos do meio da
quadra em Kuroko na Basket. E é este o ponto essencial de Summer in Andalucia:
a corrida é sem exageros, mostrada da exata forma que ocorre e focando muito
mais no jogo de equipe que no rendimento individual do atleta/personagem. A
produção é minuciosa para mostrar o desenvolvimento de uma corrida e nas
situações problemas que os ciclistas enfrentam, como problemas com água
(detalhe na reposição do estoque de água, que é uma cena muito bem feita),
problemas com quebra de bicicletas e até mesmo com acidentes (e não pegam leve
com a brutalidade dos acidentes).
A animação é bem legal, movimenta muito bem as
cenas das pedaladas e as expressões faciais dos personagens, mostrando também
um cenário desértico muito bem colocado no espaço. O problema é que é só isso.
Nasu não apresenta mais nada quanto a roteiro, personagens e conflitos
internos. Por sinal, as cenas que deveriam valorizar as características dos
personagens são ruins, difíceis de serem entendidas e sem nenhuma revelação
verdadeira sobre o passado da história. Tudo é focado na corrida. Mas por isso
o anime falha? Não. Nem um pouco. Gosto muito mais de uma obra de esportes
assim que uma que busca ser mais completa, envolver mais personagens e um
roteiro elaborado. Quanto mais complexo algo que use esportes como tema for,
maior as chances de fracassar. Summer in Andalucia é simples, apenas quer
narrar as aventuras de um ciclista praticando seu esporte. E alcança seu objetivo
muito bem, sendo realista e valorizando as características do esporte, sem
perder emoção.
Sobre o esporte
Nas Olimpíadas o ciclismo é dividido em quatro grupos: BMX, Mountain Bike, Pista e Estrada. Em Nasu, eles competem na categoria estrada. Confiram os dois vídeos abaixo, um sobre Ciclismo de Estrada nas Olimpíadas e outro sobre o Tour de France:
Muita gente critica animes de esporte por exagerarem nos encerramentos das partidas, mas repare que nessa corrida 6 (!!!) dos ciclistas terminam a prova com o mesmo tempo. Surreal.
Coisa linda essa Tour de France. Um espetáculo.
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