Todo mundo
já comentou, fizeram festa, choraram, gravaram vídeos, foram xingados e após três
longos dias ninguém mais falou no início do funcionamento do crunchyroll no
Brasil. O assunto morreu. E eu, como blogueiro estudioso que sou, mal pude
comentar a notícia por causa dos vestibulares (mais por causa do meu vício em
NBA que pelo próprio estudo). Sendo assim, alguns dias depois, venho fazer
algumas reflexões sobre o assunto.
Quando
foram anunciados os animes que seriam exibidos em PT-BR pelo serviço, aquele
que é o fansub mais popular do Brasil, o Punch Fansub, decidiu abandonar boa
parte dos projetos licenciados. Ódio, ofensas, lágrimas, asco, tristeza e
revoltas. Foi isso que vimos os usuários do fansub manifestarem assim que o notícia
foi dada. Um monte de críticas àquela que foi a atitude mais acertada que vi um
fansub tomar desde que comecei a assistir animes. Isso por que boa parte desses
“revolucionários entre quatro paredes”, pagam o serviço V.I.P do fansub, um
serviço que, por sinal, trás legendas mal traduzidas e com erros grotescos de
digitação. Não estou defendendo o Crunchyroll como alguns outros fazem de
maneira, por vezes, bem suspeita, mas criticar uma atitude que dá mostra do “de
fã para fã” parece ser bem imbecil para aqueles se dizem fãs. É muito mais
prazeroso você pagar e saber que o seu dinheiro esta indo para os artistas que
produziram certa obra do que apenas para aqueles que fizeram a tradução.
Entretanto,
o foco não é este. Vamos dar uma olhada no mercado de animes por aqui: Em
meados dos anos 1990 houve a explosão de animes aqui, com a absurda
popularidade de Saint Seiya e lançamentos de menor importância como Sailor Moon
e Shurato. O tempo passou, outras séries foram se tornando populares, como
Shaman King e o grandioso sucesso de Dragon Ball Z, sendo estes seguidos pelo
infindável Pokémon e por outros animes que também se expandiram e infiltraram
na cultura pop e infantil do brasileiro. Porém isso é passado, os meios de
comunicação mudaram e a televisão já não é mais o alvo da cultura pop
estrangeira no Brasil. Não vamos ter mais nenhuma onda de fanatismo em relação
a um anime aqui no Brasil, as emissoras não acreditam mais nesse tipo de
produto aqui, o que abre espaço para serviços de stream como Netflix e
Crunchyroll. Não esperem ouvir crianças das mais diferentes classes sociais comentando
sobre como Magi é legal, ou adolescentes falando que Uchuu Kyoudai é muito
divertido.
A entrada
do Crunchyroll mostra que a popularização de animes chegou ao fim, mas também
mostra que, devagar, o público fã desse tipo de arte começar a ficar mais
velho; já não são mais apenas adolescentes reclusos, agora são universitários,
trabalhadores salariados e assalariados que juntam todo mês um pouco do suado
dinheiro para consumir “cultura otaku”. O Crunchyroll não vai salvar o mercado
de animes no Brasil, apenas vai fortificar e expandir um pouco o que já tem. Pagar
ou não pelo serviço é opção do público, afinal ainda tem fansub a rodo pela
internet oferecendo episódios com traduções até melhores e com qualidades de vídeo
superiores, mas para aqueles que querem dar crédito a quem realmente merece,
essa nova opção é muito boa. Mas vale lembrar que fã não é aquele que valoriza o
ídolo pagando pelo seu produto, mas sim aquele que respeita a obra dele e
consegue distinguir qualidades únicas que o tornam merecedor do seu fanatismo.
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