terça-feira, 20 de novembro de 2012

Curto comentário sobre animes no Brasil e Crunchyroll



            Todo mundo já comentou, fizeram festa, choraram, gravaram vídeos, foram xingados e após três longos dias ninguém mais falou no início do funcionamento do crunchyroll no Brasil. O assunto morreu. E eu, como blogueiro estudioso que sou, mal pude comentar a notícia por causa dos vestibulares (mais por causa do meu vício em NBA que pelo próprio estudo). Sendo assim, alguns dias depois, venho fazer algumas reflexões sobre o assunto.

            Quando foram anunciados os animes que seriam exibidos em PT-BR pelo serviço, aquele que é o fansub mais popular do Brasil, o Punch Fansub, decidiu abandonar boa parte dos projetos licenciados. Ódio, ofensas, lágrimas, asco, tristeza e revoltas. Foi isso que vimos os usuários do fansub manifestarem assim que o notícia foi dada. Um monte de críticas àquela que foi a atitude mais acertada que vi um fansub tomar desde que comecei a assistir animes. Isso por que boa parte desses “revolucionários entre quatro paredes”, pagam o serviço V.I.P do fansub, um serviço que, por sinal, trás legendas mal traduzidas e com erros grotescos de digitação. Não estou defendendo o Crunchyroll como alguns outros fazem de maneira, por vezes, bem suspeita, mas criticar uma atitude que dá mostra do “de fã para fã” parece ser bem imbecil para aqueles se dizem fãs. É muito mais prazeroso você pagar e saber que o seu dinheiro esta indo para os artistas que produziram certa obra do que apenas para aqueles que fizeram a tradução.

            Entretanto, o foco não é este. Vamos dar uma olhada no mercado de animes por aqui: Em meados dos anos 1990 houve a explosão de animes aqui, com a absurda popularidade de Saint Seiya e lançamentos de menor importância como Sailor Moon e Shurato. O tempo passou, outras séries foram se tornando populares, como Shaman King e o grandioso sucesso de Dragon Ball Z, sendo estes seguidos pelo infindável Pokémon e por outros animes que também se expandiram e infiltraram na cultura pop e infantil do brasileiro. Porém isso é passado, os meios de comunicação mudaram e a televisão já não é mais o alvo da cultura pop estrangeira no Brasil. Não vamos ter mais nenhuma onda de fanatismo em relação a um anime aqui no Brasil, as emissoras não acreditam mais nesse tipo de produto aqui, o que abre espaço para serviços de stream como Netflix e Crunchyroll. Não esperem ouvir crianças das mais diferentes classes sociais comentando sobre como Magi é legal, ou adolescentes falando que Uchuu Kyoudai é muito divertido.
            A entrada do Crunchyroll mostra que a popularização de animes chegou ao fim, mas também mostra que, devagar, o público fã desse tipo de arte começar a ficar mais velho; já não são mais apenas adolescentes reclusos, agora são universitários, trabalhadores salariados e assalariados que juntam todo mês um pouco do suado dinheiro para consumir “cultura otaku”. O Crunchyroll não vai salvar o mercado de animes no Brasil, apenas vai fortificar e expandir um pouco o que já tem. Pagar ou não pelo serviço é opção do público, afinal ainda tem fansub a rodo pela internet oferecendo episódios com traduções até melhores e com qualidades de vídeo superiores, mas para aqueles que querem dar crédito a quem realmente merece, essa nova opção é muito boa. Mas vale lembrar que fã não é aquele que valoriza o ídolo pagando pelo seu produto, mas sim aquele que respeita a obra dele e consegue distinguir qualidades únicas que o tornam merecedor do seu fanatismo.

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