Histórico de lançamento
Doushitemo
Furetakunai foi lançado em 2008 na revista Yaoi Craft, tendo arte e
roteiro de Kou Yoneda, grande escritor (ou escritora, sei lá!) da revista,
tendo ainda o mangá Yorube Naki Mono na sua autoria. Após o lançamento de do mangá,
pipocaram doujins no Japão, na maioria focados em histórias paralelas com o
coadjuvante Onoda, companheiro de serviço de Togawa e Shima. É um mangá não
muito conhecido, mas, aparentemente, respeitado por boa parte de quem já leu.
Em inglês o mangá tem como nome No Touching at all. História comprimida
em um volume com seis capítulos.
Resumo
Conta a
história de Shima Toshiaki e Togawa Yousuke, mostrando a forma com que a relação
amorosa dos dois se desenvolve e nasce, passando, depois, pelos problemas dessa
relação. Tudo começa quando Shima, um jovem tímido e de bela feição, encontra o
homem de meia idade (30 anos ou coisa assim) bêbado e cheirando a cigarro e
álcool no elevador, enquanto se encaminhava para seu novo serviço. Mais tarde,
o jovem descobre que o nome daquele homem era Togawa e que simplesmente seria
seu chefe no novo emprego. Alguns dias se passam, Togawa, que se mostra uma
pessoa muito animada, vive fazendo brincadeiras e começa uma relação baseada no
humor do mais velho e na repulsa que o jovem sente por seu superior.
Entretanto, Shima não suporta as investidas de Togawa e acaba se entregando,
mas ainda com os mesmos sentimentos de nojo que tinha antes. Shima se preocupa
com seu novo relacionamento, pois para ele Togawa simplesmente estava
experimentando um novo tipo de relacionamento, fazendo com que o amor acabe se
tornando unilateral. Entre idas e vindas, cenas bem montadas de sexo e boa
narração, Togawa é transferido de cidade no emprego, deixando Shima sozinho.
Após a separação, começa a ser trabalhado mais o personagem do rapaz, com
discussões internas e uma tentativa falha de esquecer o seu antigo amor. Com
isso cresce o secundário Onoda, que ajuda Shima nos momentos difíceis que vinha
passando. O mangá conclui com uma visita de Tagawa a Shima, onde os dois se
encontram e novamente caem no amor. Após a história linear temos um bônus,
contando a história de Togawa quando jovem.
Tecnicamente
O traço do
mangá é simples e muito bonito, as expressões faciais são bem montadas e as
sensações são bem traduzidas sem perder a beleza própria das personalidades dos
caracteres. Ainda sobre o desenho, o ambiente é muito bem traçado, com boa
utilização da luz e bom jogo com sombras, mostrando ainda uma boa descrição dos
objetos. Quanto à narração, muito boa, clara e sem perder muito tempo nos
conflitos individuais de Shima. Entretanto, Togawa é mais um acessório do que
um protagonista e, por raras vezes, as cenas são um pouco tediosas. Mas no fim,
tudo é justificado pelas belas cenas de sexo, cuidadosas e sempre sutis quanto à
exposição explícita de nudez.
Conclusão
Por se
tratar do primeiro mangá Yaoi que li, é claro que fui com certo preconceito na
cabeça. Pensava nas prováveis cenas de sexo forçadas e escracho que as páginas
poderiam mostrar. Para o meu bem, estava enganado. Não sei se isso é algo comum
no gênero, mas a forma com a qual o romance é trabalhado é muito bonita, deixando
a relação amorosa entre os dois protagonistas com um tom pesado, mas sem deixar
de ter sutileza. Shima é um personagem simples, destacando nele o medo de
cometer um novo engano no amor. Já Togawa é um daqueles characteres incríveis.
O jeito bruto com que conquista Shima é muito bonito de ver, principalmente
pela forma como demonstra seu amor. Shima, devido ao medo de uma nova decepção
amorosa, acaba jogando todos os pesos da relação nas contas de Togawa, estando
neste ponto uma magistral atuação do autor. É fácil num momento como aquele o
escritor perder as rédeas da história e simplesmente entram em clichês e criar
situações superficiais para atingir o público alvo. A calma com que Yuu Koneda
narra a história é inteligentíssima; e o desenvolvimento dos personagens não
deixa por menos. Alem do casal principal que vai mudando constantemente durante
os capítulos, podemos ver um bom elenco, encabeçado pelo bom coadjuvante Onoda.
A importância dele na forma de narração é grande, afinal ele ajuda a desafogar
o ambiente, além de servir como um ótimo confidente. Concluindo, Doushitemo
Futakeranai é um ótimo mangá, tem uma bela arte, um desenvolvimento de fácil
compreensão e uma história muito gostosa de acompanhar. Busca se afastar dos
clichês o tempo todo, conseguindo montar uma conclusão simples e realista, o
que se repete nos seis episódios.
E aqui está, depois de muito tempo, um novo post no blog mais parado da história (ok, o segundo, o Across the Starlight é imbatível quanto a isso). Para quem quiser o mangá, cliquem aqui que vocês chegaram ao Sinful Project, scanlator especializado em Yaoi. Espero que gostem e comentem. E parabéns pra mim pelo primeiro aniversário do blog!
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