quinta-feira, 31 de maio de 2012

Doushitemo Furetakunai- Representação perfeita do amor

            Hum, essa é a primeira vez que eu faço uma análise sobre um mangá Yaoi. E pode ser que eu tenha começado bem. Postagem de aniversário!




Histórico de lançamento

            Doushitemo Furetakunai foi lançado em 2008 na revista Yaoi Craft, tendo arte e roteiro de Kou Yoneda, grande escritor (ou escritora, sei lá!) da revista, tendo ainda o mangá Yorube Naki Mono na sua autoria. Após o lançamento de do mangá, pipocaram doujins no Japão, na maioria focados em histórias paralelas com o coadjuvante Onoda, companheiro de serviço de Togawa e Shima. É um mangá não muito conhecido, mas, aparentemente, respeitado por boa parte de quem já leu. Em inglês o mangá tem como nome No Touching at all. História comprimida em um volume com seis capítulos.


Resumo

            Conta a história de Shima Toshiaki e Togawa Yousuke, mostrando a forma com que a relação amorosa dos dois se desenvolve e nasce, passando, depois, pelos problemas dessa relação. Tudo começa quando Shima, um jovem tímido e de bela feição, encontra o homem de meia idade (30 anos ou coisa assim) bêbado e cheirando a cigarro e álcool no elevador, enquanto se encaminhava para seu novo serviço. Mais tarde, o jovem descobre que o nome daquele homem era Togawa e que simplesmente seria seu chefe no novo emprego. Alguns dias se passam, Togawa, que se mostra uma pessoa muito animada, vive fazendo brincadeiras e começa uma relação baseada no humor do mais velho e na repulsa que o jovem sente por seu superior. Entretanto, Shima não suporta as investidas de Togawa e acaba se entregando, mas ainda com os mesmos sentimentos de nojo que tinha antes. Shima se preocupa com seu novo relacionamento, pois para ele Togawa simplesmente estava experimentando um novo tipo de relacionamento, fazendo com que o amor acabe se tornando unilateral. Entre idas e vindas, cenas bem montadas de sexo e boa narração, Togawa é transferido de cidade no emprego, deixando Shima sozinho. Após a separação, começa a ser trabalhado mais o personagem do rapaz, com discussões internas e uma tentativa falha de esquecer o seu antigo amor. Com isso cresce o secundário Onoda, que ajuda Shima nos momentos difíceis que vinha passando. O mangá conclui com uma visita de Tagawa a Shima, onde os dois se encontram e novamente caem no amor. Após a história linear temos um bônus, contando a história de Togawa quando jovem.



Tecnicamente

            O traço do mangá é simples e muito bonito, as expressões faciais são bem montadas e as sensações são bem traduzidas sem perder a beleza própria das personalidades dos caracteres. Ainda sobre o desenho, o ambiente é muito bem traçado, com boa utilização da luz e bom jogo com sombras, mostrando ainda uma boa descrição dos objetos. Quanto à narração, muito boa, clara e sem perder muito tempo nos conflitos individuais de Shima. Entretanto, Togawa é mais um acessório do que um protagonista e, por raras vezes, as cenas são um pouco tediosas. Mas no fim, tudo é justificado pelas belas cenas de sexo, cuidadosas e sempre sutis quanto à exposição explícita de nudez.

Conclusão

            Por se tratar do primeiro mangá Yaoi que li, é claro que fui com certo preconceito na cabeça. Pensava nas prováveis cenas de sexo forçadas e escracho que as páginas poderiam mostrar. Para o meu bem, estava enganado. Não sei se isso é algo comum no gênero, mas a forma com a qual o romance é trabalhado é muito bonita, deixando a relação amorosa entre os dois protagonistas com um tom pesado, mas sem deixar de ter sutileza. Shima é um personagem simples, destacando nele o medo de cometer um novo engano no amor. Já Togawa é um daqueles characteres incríveis. O jeito bruto com que conquista Shima é muito bonito de ver, principalmente pela forma como demonstra seu amor. Shima, devido ao medo de uma nova decepção amorosa, acaba jogando todos os pesos da relação nas contas de Togawa, estando neste ponto uma magistral atuação do autor. É fácil num momento como aquele o escritor perder as rédeas da história e simplesmente entram em clichês e criar situações superficiais para atingir o público alvo. A calma com que Yuu Koneda narra a história é inteligentíssima; e o desenvolvimento dos personagens não deixa por menos. Alem do casal principal que vai mudando constantemente durante os capítulos, podemos ver um bom elenco, encabeçado pelo bom coadjuvante Onoda. A importância dele na forma de narração é grande, afinal ele ajuda a desafogar o ambiente, além de servir como um ótimo confidente. Concluindo, Doushitemo Futakeranai é um ótimo mangá, tem uma bela arte, um desenvolvimento de fácil compreensão e uma história muito gostosa de acompanhar. Busca se afastar dos clichês o tempo todo, conseguindo montar uma conclusão simples e realista, o que se repete nos seis episódios.







            E aqui está, depois de muito tempo, um novo post no blog mais parado da história (ok, o segundo, o Across the Starlight é imbatível quanto a isso). Para quem quiser o mangá, cliquem aqui que vocês chegaram ao Sinful Project, scanlator especializado em Yaoi. Espero que gostem e comentem. E parabéns pra mim pelo primeiro aniversário do blog!

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